Pais batem em filha adolescente e a moça morre: religião justificaria ato
Pai espanca filha para que seguisse ‘as regras da igreja’, e ela morre
O evangélico José Carlos de Lima, 42, disse que bateu em Larissa Rafaela Kondo de Lima(foto), 15, para o bem dela.
“Eu apenas quis corrigir a minha filha dentro das regras de nossa igreja e do respeito à família”, disse ele à polícia.
Por estar namorando na praça da
cidade, Cafelândia (SP), no começo da noite de terça (23) Larissa
primeiro apanhou da mãe e depois do pai, quando ele chegou do trabalho.
A garota levou chutes no abdômen e na cabeça e apanhou de cinta.
Algumas horas depois, na
madrugada do dia 24, a garota passou mal, vomitou. Seus pais levaram-na
para Santa Casa. Como piorou, eles a transferiram às pressas, já
inconsciente, para um hospital de Bauru, uma cidade vizinha. Às 6h da
manhã Larissa morreu em consequência de um edema pulmonar.
A polícia prendeu Lima em
flagrante por lesão corporal dolosa seguida de morte. Ele foi solto às
20h e não pôde ir ao sepultamento do corpo da filha, às 18h30. Em estado
de choque, a mãe também não conseguiu ir ao cemitério.
Cafelândia tem 16 mil habitantes e fica a 412 km de São Paulo.
Adilson Carlos Vicentini
Batanero, delegado da cidade, disse que a mãe acusou o marido de ter
exagerado no castigo ao chutar a cabeça da filha. Lima nega ter dado o
chute. Mesmo assim, disse o delegado, o pai vai ser indiciado e terá de
responder na Justiça pela morte da filha.
Colegas de escola de Larissa
afirmaram que ela se queixava da rigidez do seu pai, o que que seria uma
consequência de seu fervor religioso. “Ela não podia conversar com
garotos”, disse uma colega. "O pai não deixava."
Um ex-namorado contou que
pretendia falar com Lima, mas Larissa pediu que desistisse. “Se você
for, ele te mata e me mata também”, teria dito a adolescente.
Uma professora afirmou que Larissa era alegre e tinha boas notas. “Ela queria ser médica.”
Pai e mãe não puderam ir ao velório e sepultamento |
Nota
deste editor: Não creio realmente que a trágica situação relatada acima
poderia ser evitada se os pais tivessem uma formação religiosa
diferente. Usou-se a religião para justificar a agressão que muitos já
sofreram, sendo filhos de crentes, católicos, espíritas, ateus...
Vi no blog de @paulopes
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